Numa carruagem de comboio, cheia de pessoas e extremamente quente é difícil sossegar. O olhar da miúda da frente com um pensamento fixo desperta curiosidade, o homem barbudo de cabeça enroscada ao casaco que se cola ao vidro e a voz radiofônica do motorista indicando a Funcheira como próxima paragem inquieta o repouso. Lá no fundo entre vários toques e chamadas, beijos e conversas, oiço uma voz velha mas muito doce, cheia de delicadeza e sabedoria que só o tempo pode ensinar. A Senhora termina a sua chamada com um caloroso Adoro-te muito meu Filho. Não sei explicar a razão mas soou bem, foi bonito de ouvir, foi sentido e com sentido entre tantos pensamentos calados, olhares fixos e conversas banais.

Quase a chegar…

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